Há 500 mil anos o mar saía daqui e deixava sua marca, criando um grande vale formado por paredões de pedra dos dois lados, esse vale é conhecido hoje como riacho de São Cosme. Cosme foi o valente cacique dos Tremembés, considerado o mais poderoso dessa região, sua tribo era formada por fortes guerreiros que provavelmente foram os primeiros seres viventes de nossa terra. Naquela época a maior concentração de indígenas no nosso estado ficava em São Raimundo Nonato, haviam também outras tribos vivendo em Sete Cidades, assim como, mais próximos daqui, viviam na Serra do Morcego ou Arco do Covão a tribo dos Alongás.
A Aldeia do Cacique Cosme era protegida pela densa mata, que sempre verde e exuberante, era habitat de rica fauna, peba, tatu, juriti e jacu eram facilmente encontrados, quem se aproximava da tribo era descoberto pelo alarme do Quenquém, o assobio do macaco e os gritos da guariba.
No vale do São Cosme nasceu, escorrendo de cima de uma ribanceira na chapada dos Fernandes, um forte olho d’água que passava em frente a aldeia do valente guerreiro, aquele riacho era formado por águas doce e cristalinas que foram essenciais para a sobrevivência dos nativos, em seu curso surgiram vários tanques apropriados para o banho, em um deles, especialmente refrescante, era o local preferido das três jovens e encantadoras filhas do Cacique Cosme.
Certa vez as lindas jovens foram surpreendidas por três sedutores guerreiros Alongás, filhos do Cacique Senaqueribe, moradores da Serra do Morcego, eram inimigos dos Tremembés. Os guerreiros Alongás vendo aqueles lindos corpos nus devoraram de uma só vez a virgindade daquelas moças, porém antes que pudessem fugir foram capturados pela tribo rival, foram presos e mal tratados, o velho Cosme queria sacrificá-los pela desonra de suas filhas, felizmente a sorte sorriu para um deles que conseguiu fugir levando consigo o tesouro da tribo, chegando em sua terra avisou a Senaqueribe , e assim estava deflagrada a guerra entre as duas nações.
Percebendo a fuga de um dos guerreiros, Cosme ficou em alerta, foi decretado que a tribo toda se organizasse para uma possível invasão, a redondeza foi vigiada e em toda a extensão do grande vale, até a saída que vai para a Lagoa Grande do Buriti, foi determinado que em cima dos morros, de um lado e do outro, ficassem guerreiros armados esperando a entrada de tropas inimigas que desejassem libertar os prisioneiros que se encontravam reféns em poder dos Tremembés. Naquele momento, o Cacique Cosme esturrava furioso de saber que suas filhas foram violentadas pelos inimigos, e que mesmo estando presos não confessavam a prática de tal ato, nem diziam onde tinha ido parar o tesouro.
Cosme desiludido resolveu registrar no paredão de pedras, que ficava no centro da aldeia, a sentença que seria aplicada a seus inimigos, daí o nome “Pedra do Letreiro”. O cacique pediu ao pagé que fizesse um feitiço, uma maldição para que seu tesouro se encantasse onde ele estivesse, e que jamais fosse encontrado, o pagé seguiu as ordens do cacique, porém estabeleceu que se em algum dia alguém conseguisse decifrar o que foi escrito no paredão aquele tesouro reapareceria.
Senaqueribe pediu para que seus guerreiros surpreendessem os rivais, e quando os Tremembés não mais esperavam foram atacados, os Alongás entraram de vale a dentro com sua forte caravana, armados até os dentes com tacapes, flechas e lanças, e assim naquela noite de lua cheia, depois de uma forte resistência conseguiram invadir a tribo, matar seu líder e quase todos de sua nação, a violência foi tamanha chegando ao ponto do riacho ficar escorrendo por muitos dias tinta de sangue.
Depois do confronto as jovens índias foram levadas por seus algozes para viver com eles no Arco do Covão, o coração das jovens se partiu de dor, elas não queriam abandonar sua aldeia, e despedindo-se do lugar e do corpo do velho pai choraram sem parar, e até pouco tempo na gruta formada pela grande pedra, pingava gotas d’água como se fossem as lágrimas de saudade de seus legítimos donos. E daquele riquíssimo tesouro, que foi saqueado e nunca encontrado, hoje só restam as estórias fantasiosas que são passadas de geração em geração.
Texto: Neném Calixto e Gildazio
11 Replies para “Lenda da Pedra do Letreiro a Gruta de São Cosme”
CAROS NENEM CALIXTO E GILDÁZIO VAI AQUI UMA IDÉIA , TRANSFORMEM EM LIVROS TODAS ESSAS ESTÓRIAS PARA QUE NOSSA POPULAÇÃO POSSA LE-LOS.FAZENDO ISSO VOCES ESTARÃO COLABORANDO MUITO COM A NOSSA EDUCAÇÃO,E TAMBÉM DESCOBRINDO A NOSSA CULTURA QUE ESTÁ TÃO APAGADA EM NOSSO MUNICÍPIO.
em primeira mao fico muito grato ao senhor neném calixto e ao gildazio pois ha tempo venho comentado por e-mail com vc gildazio sobre essa riqueza pre-historica de nossa cidade q ja deveria esta estampado na capa do seu portal faltou so a outa informaçao q é uma pedra q fica proximo ao tonhao que tem como uma figura um formato de um pé fico grato caso verifique minha informaçao.abraço a todos
A cada nova matéria que o Portal publica fico mais saudoso de minha terra e de minha gente. Não canso de parabenizar a essa equipe maravilhosa que nos brindam com essas estórias.
Continuem assim vocês representam uma classe quase extinta de pessoas que valorizam a cultura.
Lendo essa história me vem a pergunta, pq não aprendemos isso na escola ? pq nossos professores não comentam sobre esses assuntos ? Rapaz eu sei pouco ou quase nada sobre minha cidade… aquem devo culpar ???
muito bem, se é pra transformar em livros, tens meu apoio, posso ajudar no que for possivel. agora a indagação do Marcelo é de muita importancia, isto realmente devereia ser aplicado na escola também, pois o pouco que sabemos, é histórias passados de pais pra filhos e assim por diante.
A equipe do Portal Buritiense superando cada vez mais as expectativas…
Caros burinautas, falar sobre a pedra, os professores falam. Alguns até levam os alunos a elas, como o Euvêncio, o Emauel, o Gildázio, o Gedalias. Agora incluir as nossas histórias no curriculo escolar é outra história. Se já é complicado incluir as do nosso estado, imaginem as municipais! Se aqui já existisse sistema municipal de educação, seria mais fácil.
Muito interessante porem muito fantasiosa, uma vez que nos sabemos que muitas dessas escritas rupestres eram para marcar território a fim de encontrarem o caminho de volta e nunca enigma de tesouros escondidos. O interessante é que o tesouro dos índios era a natureza e que já mais poderia ser encantada. Muito válido lembrar da Pedra do letreiro, pela sua importância como registro histórico. Gosto muito de usa-lá como referencia nas aulas de arte no que se refere a arte do paleolítico superior.Gostaria de ressaltar que os registros da pedra do letreiro me levar a dois questionamento. o 1º é que é bem provável que os registros sejam muitos antigos e que talvez sejam dos Vinkis que vieram da Ásia em vista de serem traçados muito simples. O 2º que é talvez a civilização que por aqui tenha passado ainda não dominava a técnica do desenho pela simplicidade nos traçados e pela ausência do preto. Que dizer ainda que no local conhecido como Porão do Japão que fica na propriedade do professor Betim tambem há registros pré-históricos e que ja foram fotografados por Regia Nunes.
CAROS NENEM CALIXTO E GILDÁZIO VAI AQUI UMA IDÉIA , TRANSFORMEM EM LIVROS TODAS ESSAS ESTÓRIAS PARA QUE NOSSA POPULAÇÃO POSSA LE-LOS.FAZENDO ISSO VOCES ESTARÃO COLABORANDO MUITO COM A NOSSA EDUCAÇÃO,E TAMBÉM DESCOBRINDO A NOSSA CULTURA QUE ESTÁ TÃO APAGADA EM NOSSO MUNICÍPIO.
em primeira mao fico muito grato ao senhor neném calixto e ao gildazio pois ha tempo venho comentado por e-mail com vc gildazio sobre essa riqueza pre-historica de nossa cidade q ja deveria esta estampado na capa do seu portal faltou so a outa informaçao q é uma pedra q fica proximo ao tonhao que tem como uma figura um formato de um pé fico grato caso verifique minha informaçao.abraço a todos
Simplesmente fascinante !!
A cada nova matéria que o Portal publica fico mais saudoso de minha terra e de minha gente. Não canso de parabenizar a essa equipe maravilhosa que nos brindam com essas estórias.
Continuem assim vocês representam uma classe quase extinta de pessoas que valorizam a cultura.
João Lira – Palmas/TO
Lendo essa história me vem a pergunta, pq não aprendemos isso na escola ? pq nossos professores não comentam sobre esses assuntos ? Rapaz eu sei pouco ou quase nada sobre minha cidade… aquem devo culpar ???
Eita seu Neném, a cada nova matéria uma nova emoção, parabéns mais uma vez.
Gostei da sugestão do Valdir, em fazer um livro com esse material, porém fica a pergunta a população dessa cidade saberia valorizar essa iniciativa ?
muito bem, se é pra transformar em livros, tens meu apoio, posso ajudar no que for possivel. agora a indagação do Marcelo é de muita importancia, isto realmente devereia ser aplicado na escola também, pois o pouco que sabemos, é histórias passados de pais pra filhos e assim por diante.
A equipe do Portal Buritiense superando cada vez mais as expectativas…
Caros burinautas, falar sobre a pedra, os professores falam. Alguns até levam os alunos a elas, como o Euvêncio, o Emauel, o Gildázio, o Gedalias. Agora incluir as nossas histórias no curriculo escolar é outra história. Se já é complicado incluir as do nosso estado, imaginem as municipais! Se aqui já existisse sistema municipal de educação, seria mais fácil.
Muito interessante porem muito fantasiosa, uma vez que nos sabemos que muitas dessas escritas rupestres eram para marcar território a fim de encontrarem o caminho de volta e nunca enigma de tesouros escondidos. O interessante é que o tesouro dos índios era a natureza e que já mais poderia ser encantada. Muito válido lembrar da Pedra do letreiro, pela sua importância como registro histórico. Gosto muito de usa-lá como referencia nas aulas de arte no que se refere a arte do paleolítico superior.Gostaria de ressaltar que os registros da pedra do letreiro me levar a dois questionamento. o 1º é que é bem provável que os registros sejam muitos antigos e que talvez sejam dos Vinkis que vieram da Ásia em vista de serem traçados muito simples. O 2º que é talvez a civilização que por aqui tenha passado ainda não dominava a técnica do desenho pela simplicidade nos traçados e pela ausência do preto. Que dizer ainda que no local conhecido como Porão do Japão que fica na propriedade do professor Betim tambem há registros pré-históricos e que ja foram fotografados por Regia Nunes.
Simplismente surpreendente,uma história cheia de detalhes. Com relação ao lançamento do livro, seria muito legal também aprovo essa ideia. Parabéns!!!
ela e
linda