É Difícil Sair da Rotina?

Publicado por Gildazio em 24 agosto 2016

         

        Amamos a rotina? O ser humano evoluiu tanto que chegou a um estágio que ele quer repetir tudo que faz em nome da lei do menor esforço. Qualquer mudança, a mais simples possível, já põe de pé o cabelo de muita gente, principalmente quem sofre de ansiedade. Reclamamos muito porque diversificamos, porque variamos, quando alguém mexe nas nossas coisas, quando seguimos por um caminho diferente do habitual. O que fazer nestes casos? Continuar com os nossos complexos, botando culpa no desconcerto do mundo ou vivendo cada momento como se fosse o último, numa espécie de carpe diem moderno? Ou a ainda deixar a vida me levar?

       Muitos famosos publicam que adoram bife com batata frita, comidinha caseira, doce da vovó. Até onde isso é verdade? Talvez não h
aja como medir se mentem ou não, no entanto a repetição é que move nossas ações. A rotina é algo cultural, é herança dos nossos pais, está no DNA. Não há como fugir dela tão facilmente, se alguém diz que gosta disso ou daquilo, provavelmente seja verdade.

      Quando voltamos nosso olhar para a comida nossa de cada dia, algumas perguntam teimam em resistir. De janeiro para cá, alguém de nós já deixou de comer arroz alguma vez no dia? Mesmo que o preço aumente e que nós reclamemos por alguns dias, logo nos acostumamos. Isso é o que é rotina, acostumar-se mesmo que as mudanças ocorram de mansinho. Existem exemplos clássicos de resistência às mudanças. Costumamos durante quase toda a nossa vida escolar sentarmos no mesmo lugar na sala de aula, passamos boa parte de nossa existência com o mesmo corte de cabelo, com, às vezes, o mesmo perfume, vestirmos aquela roupa de final de semana, tomarmos aquele café das três.

         A rotina pode ter outros nomes: vício, gosto, vocação, doença, tempo, etc. e tal. Mas rotina também pode ser mais abstrata ainda: é a estátua de Drummond, é o caminho do cabaré, é o email todo dia, é a velhice, é o leite do menino, enfim, é o despertador. Se elencarmos mais, a conta não fecha neste texto, como não se encerra também a vontade do homem de se explicar sempre, de resistir àquilo que é dele mesmo, o que é de sua natureza.

         Há uma luta interna, que abala nossos conceitos e a nossa teima, pensamos em viajar, em morrer, em mudar de discurso e quando menos esperamos o dia tem acabado, o mês tem acabado, o ano tem acabado e, se não cuidarmos, a vida tem acabado. Ainda bem que a rotina nos tem salvado do pior, talvez seja a base hereditária. Temos que conviver, temos que viver, já que é muito difícil sair da rotina.

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